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Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios." Salmos 122:7

LANÇAMENTO DE CONTO CAPIXABA 2024 - "Na Terra da Aflição Morreu Esperança"



Título: Na Terra da Aflição Morreu Esperança

Autor: @PedrimPescador

Nome: Pedro Henrique Serrano Léllis

Escrito em: 03/2016 - Praia de Itaparica, Vila Velha/ES

SINOPSE:

Este livro conta a história de uma família de comerciantes que se muda, da Terra de Aconchego, um vale florido e fértil em uma cadeia de montanhas do deserto, para a Terra da Aflição, um conglomerado habitacional que vive da economia portuária, grande movimentação de mercadorias, o que traz prosperidade para poucos e a exploração da mão-de-obra de muitos.

Escrito de forma metafórica e poética, o conto Na Terra da Aflição Morreu Esperança consegue envolver o leitor e trazê-lo para dentro do cenário, tamanha riqueza de detalhes, sensações e impressões sensoriais que são descritos. 

Não é um Romance, ou seja, não há diálogos. O conto é narrado através da sucessão de fatos;coisas que estão ligadas, uma puxando a outra, então a história evolui rapidamente e em pouco tempo muita coisa aconteceu, o que torna a experiência de ler este livro um pouco mais eletrizante.

Este Conto possui uma parte dramática, que é o impacto da perda de um ente querido e como lidar com os sentimentos que afloram. Mostro a importância da Fé nos momentos de Crise e que a manutenção do Equilíbrio Emocional é a chave para vencermos os momentos de dor e aflição. Serenidade e Resiliência.

Como foi o processo de mudança de Esperança e sua família para Terra da Aflição? E os desafios de se adaptarem a uma nova cultura?

Houve algum choque cultural? A família de Esperança era funcional ou disfuncional? Quem são Iraldo e Maustratos, e qual o nome de suas filhas?

Tem alguma Festa nessa história? Algum momento de diversão? (R. do autor: tem sim, uma Festa Religiosa e um Baile do Mandela na Favela). 
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SAIBA COMO ADQUIRIR:
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LEIA GRATUITAMENTE os 02 primeiros capítulos deste Conto:

    Capítulo 01 – A Terra de Aconchego

Reza a lenda que esta história aconteceu há cerca de 3 mil anos. Em um remoto lugar no deserto, afastado de tudo e protegido por montanhas rochosas estava uma preciosa terra, um verdadeiro oásis: a Terra de Aconchego.

Aconchego era um lugar simples, nem grande nem pequeno, de povo muito próspero. Era uma terra fértil, que produzia muito alimento, como cereais, frutas frescas e secas, flores e especiarias aromáticas.

Em todo o vilarejo as famílias criavam diversos tipos de animais, cabritos, jumentos monteses, bisões do Himalaia e um sem número de plantas e aves raras, em especial pavões e faisões.

O vilarejo cheirava a orvalho matinal, um peculiar cheiro, exótico, marcado por tons de cravo e canela.

Figura 1 – A Terra de Aconchego – Ilustração Gerada por Inteligência Artificial

Havia artesãos e oficinas diversas: carpinteiros, costureiros, construtores, ferreiros, vendinhas, amplos jardins arborizados que separavam as casas que não tinham muros nem cercas.

Por todos os lugares viam-se festas regadas a muito vinho e licores. Príncipes vinham de outras terras celebrar casamentos e festividades na Terra do Aconchego.

Figura 2 – Uma Típica Família da Terra de Aconchego - Ilustração Gerada por Inteligência Artificial

 Neste vilarejo seguro e verdejante, os dias eram muitos parecidos: acordar cedo, acender o fogão a lenha e preparar o café da manhã: uma sopa de carnes e legumes servida com pães e queijos acompanhada por uma boa dose de um composto alcóolico.

Todas as famílias participavam dos cultivos, colheitas, crias animais, vegetais e minerais, que eram colhidos cada qual em sua época. Depois de processados, a produção era dividida igualmente entre os trabalhadores, que poderiam trocar ou vender para cidades longínquas.

Esperança era um dos homens mais prósperos do vilarejo. Era dono de um dos dois mercados de variedades, era casado com Doçura e trabalhava com a ajuda de seus dois filhos, Força e Coragem.

Figura 3 – Esperança e seus filhos, Força e Coragem – Imagem Gerada por Inteligência Artificial

Pelo menos uma vez por ano Esperança empreendia uma longa viagem com seus conterrâneos. Como muitos livros de história antiga relatam – e é verdade – as viagens pelo deserto eram muito perigosas, demoravam bastante tempo e careciam de uma verdadeira caravana de pessoas e animais para que conseguissem levar tudo o que precisavam para sobreviver e manter-se seguros.

Figura 4 – A Caravana da Terra de Aconchego – Imagem Gerada por Inteligência Artificial.

Enquanto viajava, o mercado de que Esperança era dono ficava sob o cuidado dos seus filhos Força e Coragem, que recebiam e despachavam mercadorias enquanto Doçura cuidava dos afazeres domésticos e da horta que mantinham atrás da casa.

O território de Aconchego era dividido em quatro partes separadas por córregos que se uniam no brejo do vale. As partes mais altas das montanhas ao redor eram usadas para cultivar plantas frutíferas e aromáticas, enquanto que na planície brejosa raízes comestíveis, pasto e gado.

As estradas de acesso para a Terra do Aconchego eram muito perigosas: Íngremes, estreitas, viviam se desfazendo e precisando ser reparadas, reconstruídas ou abandonadas. Era ladeada por desfiladeiros, uma verdadeira armadilha para viajantes incautos e invasores.

Durante as festividades grandes balões em formato de querubins com asas enormes eram presos nas pontas das rochas escarpadas e o vento ascendente nas ladeiras rochosas faziam os balões manterem-se pairando no ar e promovendo a sensação de que estavam vivos, com suas asas a bater e colorindo os monótonos e monocrômicos costões rochosos.

As musicas animadas, sempre ritmadas com tambores graves e varetas de metal ecoavam por toda Aconchego e não havia um lugar sequer em que as músicas e canções não pudessem ser ouvidas, dentro dos seus domínios e até os portais limite das estradas de acesso. Por estes e outros motivos, a Terra de Aconchego era considerada um terra divina, protegida pelos anjos.

Do lado de fora da cadeia de montanhas, havia dois acampamentos de viajantes e caravanas que vinham para Aconchego, um ao sul e outro ao norte. Um constante rodízio de pessoas que se preparavam para entrar ou sair, nas estradas de acesso.

Também ao norte estava a estrada que levava para a Terra de Aflição, uma grande cidade que beirava o mar e servia de polo portuário e comercial.

Certa feita a caravana de Esperança, composta por muitos homens e animais sofreu bastante ao longo de uma viagem: tempestade de areia, ataque de escorpiões e saque por salteadores. Foi uma verdadeira tragédia que abalou a Terra de Aconchego, pois houve muitos mortos, pais de família, jovens e até crianças.

Depois disso Esperança e os outros anciãos já não queriam mais viajar. Esperança passou preferir ficar com a família no aconchego do lar, com Doçura para lhe adoçar a vida e seus filhos Força e Coragem para o estimar.

Em reunião os anciões decidiram que seria melhor e proveitoso fazer uma aliança com a Terra da Aflição, pois a vocação comercial da cidade os ajudaria a vender os produtos do vilarejo, exportando-os para outras regiões do mundo antigo.

Entre os poucos sobreviventes do conselho, e o mais experiente, Esperança foi escolhido para ir para a Terra da Aflição para ser o represente comercial. Ele aceitou sua nova incumbência, sua nova missão.

Doçura, mulher meiga e afável, não gostou da ideia de se mudar para a Terra da Aflição, mas não teve jeito. Seus últimos dias na Terra do Aconchego serviram para preparar a mudança, não sendo pouca coisa, pois muitos produtos deveriam ser levados.

Doçura começou a se sentir aflita, temerosa, questionando-se acerca da sua vivencia em uma terra totalmente diferente: estranha, de cultura distinta, habitada por pessoas competitivas, ásperas e aguerridas.

Figura 5 – Doçura, esposa de Esperança e mãe de Força e Coragem. Ilustração Gerada por Inteligência Artificial.

 

Capítulo 02 – Deixando o Lar

Doçura, sempre tão alegre, sorridente, gordinha, feliz, cozinheira, atenciosa a tudo e a todos da família ficava cada dia mais amargurada. Seu rosto e semblante já não eram mais os mesmos.

Certa manhã encontrou-se com vizinhas e amigas na lavanderia coletiva, na beira do riacho onde perguntaram-na o que estava achando de ir viver na Terra da Aflição.

Doçura tentou não falar, tentou se calar, ou procurar, com o mínimo de palavras, encerrar aquele assunto, mas ao pôr-se a falar brotaram-lhe lágrimas dos olhos. Confessou a angústia e a amargura do coração, sentimentos esses que nunca havia sentido.

Suas vizinhas tentaram consolá-la para que não ficasse assim, dizendo que Aconchego estaria sempre consigo em sua memória e coração.

E assim sentiu-se um pouco mais tranquila, consolada, dando-se conta de que tudo que precisava possuía dentro de si e em casa: esperança, força e coragem!

Foi quando então preparou a refeição noturna de um modo especial, cantarolando tradicionais canções da vila, animando seu esposo e filhos a fazer uma seresta caseira, à luz de lamparinas e regados a muito vinho, coisa que Doçura e família não faziam há tempos.

Suspeitando até da animosidade de sua esposa, Esperança conversou seriamente com ela, perguntando se estava tudo bem e se ela estava pronta para ir viver na Terra da Aflição. Ela disse que sim, e que tinha tudo que precisava consigo: esperança, força e coragem.

Faltando poucos dias para partirem, Esperança visitou outros anciões, reforçando a ideia de que não esmorecessem. Com sua ida Aconchego continuaria sendo lugar próspero e maravilhoso. Ele e sua família estavam partindo, mas a unidade do conselho dos anciões os faria perpetuar e prosperar em Aconchego.

Os menos preocupados com a mudança e partida eram Força e Coragem. Estavam animados e se preparando para enfrentarem o deserto e residir naquela terra contrária e violenta.

Força e Coragem eram dois irmãos muito amigos e companheiros. Não eram gêmeos, mas a diferença de idade era bem pouca. Quando se mudaram de Aconchego, estavam saindo da adolescência para a fase adulta, eram esbeltos e muito ativos. Ajudavam seu pai e a comunidade e ainda se divertiam no campo, cavalgavam, tomavam banho nos riachos, cachoeiras, subiam e se aventuravam nas montanhas rochosas.

Não eram muito religiosos, mas desde que souberam que iam se mudar para a terra de Aflição passaram a entrar mais no santuário do Eterno para contemplar a beleza da Sua santidade.

Figura 6 – Irmãos Força e Coragem na Adolescência. Ilustração Gerada por Inteligência Artificial.

Todas as casas em Aconchego mantinham um pequeno santuário dedicado ao Deus Eterno. Um tapete colorido de lã de ovelhas cobria todo o chão. Um tacho com água servia para lavarem as mãos e o rosto, enquanto em outro tacho eram dispensadas brasas e sobre elas ervas aromáticas ao longo das orações. No altar, ao fundo do santuário, somente uma mesa baixa coberta por um tecido.

No santuário do Eterno não há imagem alguma, pois o Eterno é incomparável não há nada no mundo visível que se Lhe assemelhe e entre as coisas invisíveis também não se é possível comparar.

Figura 7 – Cômodo dedicado ao Deus Eterno, na casa de Esperança, na Terra de Aconchego. Ilustração Gerada por Inteligência Artificial.

E lá estavam Força e Coragem, pedindo justamente força e coragem para eles mesmos e sua família. Sabiam que estavam indo para uma terra de aflição, de competição, de pessoas desonestas e ambiciosas.

Na noite anterior à viagem, já tendo as malas, trouxas, camelos, gado, mudas e frutas secas separadas e preparadas, fizeram uma festa de despedida com muita gente presente. Como toda festa e comemoração no vilarejo, muita comida, bebida, fogueira e música! Esperança e família receberam presentes para levar como lembrança.

Aquela noite marcou a memória de Doçura, que temia perder todo aquele calor humano, familiar, todo aquele carinho e aconchego – afinal, quem não precisa? – por uma vida de labuta, secura, aridez e aspereza.

Cedo, antes do nascer do sol levantaram-se e partiram. Esperança e Doçura montados em camelos, Força e Coragem montados a cavalo.

O caminho para a Terra da Aflição não era desconhecido, mas pode-se dizer que a pior parte era sair dos termos de Aconchego, pois as estradas eram perigosas, íngremes, escorregadias e com desfiladeiros. Todo cuidado era pouco. Conseguiram atravessar as montanhas sem enfrentar maiores dificuldades.

O sol já tinha nascido quando atravessaram o acampamento norte. Esta viagem seria mais demorada que o normal, havia muitos bens e pertences. Os dias de caminhada e descanso deveriam ser bem geridos, como os recursos de alimentos e água.

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Autor: @PedrimPescador

Nome: Pedro Henrique Serrano Léllis

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Capa: 

Link (neste blog):  https://pedrimpescador.vilaconectada.net/2024/02/livro-o-bem-te-vi-do-paraiso-e-o.html 




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