As Revoltas Do Meu Ser...
Há um limo impregnado
Nos azulejos do meu quarto
Meu retrato está falho
O tempo lho desfigurou
A minha árvore de um só galho
A minha coberta dum só retalho
A minha janela dum estilhaço
Qu'o vento lhos quebrou
Na minha luz tem uma mancha
No machucado parte sangra
O meu cadarço desarrama
Qu'os pedaços qu'o pé trilhou
O meu pc sem drive D
O meu papel sem escrever
O meu corpo que sem ser
Não valoriza o que restou
À calçada eu vejo cartas
Notas mais do que rasgadas
Idéias loucas mui esparsas
Por tudo que já mos desandou
O meu espelho foi pintado
Não retrata meu estado
Interrogação inconformada
Por não mais saber quem sou
Existem penas em minhas asas
De qualquer jeito há uma passagem
Até programo uma viagem
Mas não sei para onde vou
Eu supliquei [à Deus] em fortes frases
Sua resposta [imediata] não me foi miragem
Me levantei [disposto] com a bagagem
Pois a resposta [que esperava] o meu Deus já me mandou.
obrigado, Senhor, por mais este poema.
26/fev/2010
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